segunda-feira, 9 de julho de 2012

FIM DA ABSTINÊNCIA


Um mês fora de casa, quatro semanas sem essa sensação, trinta dias de saudade. Depois de todo esse tempo de abstinência, ao te reencontrar, não resisti e te toquei. Não levei em consideração pudor, vergonha ou qualquer embaraço daquela cena. Apenas fui ao seu encontro e te toquei, beijei, acariciei, cheirei o cheirinho de menta que emana de suas entranhas. Lá onde eu vivo - distante de ti - tem outros tipos de você, mas não tenho liberdade de fazer em terceiros o que faço com você e nem se tivesse o consentimento de outros, não me arriscaria a te trocar. Eu quero só você. Lanço o convite: "Vamos dá uma volta por ai, quero que todos nos vejam juntos novamente." Você sem titubear aceita, numa passividade feminina extrema. Agora estou dentro de ti, sentindo a paz que me cerca. Estou sentado, na posição que mais gosto. Desconsidero qualquer impressão que tenham desse texto e repito sem pusilanimidade, estou em minha posição preferida e dentro de ti. Que ótima sensação! Um simples toque e você se treme por completo, parecem espasmos do ápice sexual. Em êxtase, levanto minha perna esquerda, pressiono a embreagem engato a primeira marcha e saímos vagarosamente. Que saudade eu estava de dirigir (guiar) meu carro.


Moisés Couto

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