segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

APELIDO CARINHOSO

- Amor.

- Oi.

- Já tá na hora de darmos um nome a ele.

- A ele quem?

- A ele amor – E ela apontou com os próprios lábios para o órgão sexual do noivo.

- O QUÊ?! – Uchôa abre os braços e olha em direção a genitália - E precisa?

- Claro amor. Isso é fundamental para uma relação ser duradoura e amistosa, só faltam três meses para o casamento e ainda não temos um apelidinho para eles.

- Sei não. Muita frescura pro meu gosto.

- Deixa de ser grosso homem.

- Pênis tá bom pra mim. Pra você não?

- Para, Uchôa! Que coisa mais seca! Toda relação precisa disso.

- De nomes para as partes íntimas?

- Sim! Não lembra o Paulo e a Roberta? Ele chamava de “Pau”. Que coisa mais grossa!

- O QUÊ? Grossa? E você já viu?

- Não, Uchôa. O apelido, muito grosso.

- Mas era apelido. Era o prefixo do nome do Paulo. Acho que esse serve para nós também.

- Aff, que nojo. Por isso que acabou o casamento. Não basta ter um apelido, tem que ter um apelido carinhoso.

- Lá vem você.

- Brominho.

- O QUÊ?!

- Brominho. Tão bonitinho o brominho do meu amor.

- Ei tira a mão daí. É muita frescura pro meu...

- Brominho.

- Para com isso.

- Eu gostei do Brominho.

- Eu não. Qual o apelido que você deu pro negócio do Adamastor?

- De novo você com essa história, Uchôa?

- Fala, Maria do Carmo.

- Já passou, Uchôa. Não faz bem para o nosso relacionamento falarmos de ex-amores.

- Fala!

- Há mais de 5 anos que não o vejo.

- Mas eu quero saber, para comparar o apelido do meu com o dele e ver qual...

- Serpente.

- O QUÊ?! Serpente?! E por que você deu esse apelido, Maria do Carmo?


- Por causa do sobrenome dele. Adamastor Cobra. Serpente, cobra era por causa disso.

- Mentira, o nome dele era Adamastor Clóvis Sampaio.

- É... ahn...era? Como você sabe?

- Não mude de assunto. Por que esse apelido, Maria do Carmo?

- Ta bom, vamos chamar o seu de pênis mesmo.

- Fala, Maria do Carmo, por que aquele apelido? Quer dizer que o do Adamastor é Serpente Venenosa e eu sou Brominho?

- Não faz bem falarmos de ex-amores, Uchôa. Vamos encerrar esse assunto.

- Encerrarmos nada, a partir de agora chama o meu de Anaconda!

- Menos Uchôa, menos.

- O QUÊ?!

- Nada nada, minha anacondazinha!

- Anaconda! Anaconda sem diminutivo! Anaconda!!

Moisés C. CouTo 

Um comentário: