segunda-feira, 13 de junho de 2011

MÉNAGE À TROIS

- Calma, Clidenor.

Falou o espião de casais.

- Calma uma pinoia!! Não é você quem tem uma mulher safada que lhe emprega um par de chifres no meio da testa.

- Acontece.

- Quem é o homem com quem a vagabunda anda saindo?

- Ainda não sei, só vi sua mulher no banco de passageiros de um carro. Não deu pra ver, nem tirar foto de quem guiava.

Clidenor, desapontado, lançou um olhar vazio para baixo e soltou uma rajada de ar. O espião tentou lhe reanimar:

- Mas se você quiser, tiro algumas fotos do homem e lhe trago amanhã.

- Não – Clidenor ergueu-se da cadeira – eu vou com você! Quero ver a cara do cretino junto com a vagabunda.

O espião aceitou.

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A noite, já em casa, Clidenor teve que se segurar para não espancar a mulher até a morte como desejava. Sua mulher era linda, no auge dos vinte e cinco anos, além de cabelos pretos longos e uma coxa hipertrofiada, possuía também, um semblante cínico de quem nada de errado tinha feito horas antes. Clidenor ainda pensou em usar seu revólver, herdado do pai, pela primeira vez contra a mulher, mas o desejo de conhecer quem era o “Ricardão” o consumia. “Será algum conhecido? Amigo?” pensava.

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No outro dia, na hora marcada o espião – o qual me nego a dizer o nome a pedido do mesmo – levou Clidenor ao local, ficaram atrás de uma construção abandonada perto do motel. O espião explicava:

- Todos os dias por volta de 16:30 ela chega no carro. Olha – apontou o espião interrompendo a própria fala – aquele é o carro, ela vem chegando.

Clidenor misturava aflição e curiosidade. Parecia sentir uma faca apunhalando-o pelas costas. Quando o carro parou na porta do motel, Clidenor não se segurou, se levantou e correu e em direção ao carro com o revólver em punho.

Porém, para a surpresa do espião que olhava atento de longe, Clidenor ao chegar no carro e olhar por alguns rápidos segundos para dentro dele, ergueu a cabeça, olhou para o espião, abriu um sorriso e gritou de felicidade:

- É outra mulher!! Minha esposa me trai com outra mulher!

A mulher que guiava o carro era mais bonita que a esposa de Clidenor, cabelos loiros longos, mamas fartas, olhar de uma sensualidade irresistível.

Agora Clidenor estava aliviado. Não era um “Ricardão”, era apenas uma mulher que sua esposa mantinha relações lesbianas. Clidenor até propôs uma “Dança do Maxixe”* com a esposa e sua companheira, mas não foi compreendido.

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Depois disso, Clidenor nem ligava mais, dispensou o espião e permitia que a mulher mantivesse relações com a outra. Insistia em pedir para ir junto, mas ela nunca deixava e Clidenor só ardia de desejo toda madrugada, sonhando em participar daquele “ménage à trois”.  A esposa de Clidenor continuou a sair com a mulher sensual que a levava para o motel em seu próprio carro e o Ricardão que ia de moto e esperava sempre já dentro do quarto do motel a chegada de suas duas amantes. 

Moisés CouTo

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