sábado, 2 de fevereiro de 2013

FILOSOFIA SELETIVA E MUTÁVEL


A filosofia representa o suprassumo da capacidade intelectual humana, porém isso vale apenas para aqueles que têm a capacidade física para tal. Sim, é injusto que algumas pessoas possam adentrar nas profundezas mais distantes do pensamento humano enquanto outras não compartilhem do mesmo direito. Esses que não podem, por favor me entendam, me refiro àqueles que não conseguem. Não conseguem por fatores puramente físicos, deficiências. Os que não gozam de filosofia por preguiça ou comodismo não vêm ao caso.

A nossa vã filosofia (me permitam o plágio sheakespeareano) não é acessível a todos e por causa disso não pode ser considerada como a principal das ciências. Eis o que eu quero dizer: se um cidadão tem um nível de serotonina baixo, ele pode entrar em um estado depressivo e ter uma linha de pensamento totalmente diferente se caso ele estivesse com esse mesmo neurotransmissor em nível considerado normal. Ou seja, a pessoa em questão pode não ter a capacidade de “filosofar” porque o seu cérebro não permite tal ação. Só o condiciona a pensamentos autodepreciativos, etc.

Ou por outra, vejamos outro exemplo da debilidade da filosofia: se hoje ostento um determinado pensamento sobre determinado aspecto, amanhã eu posso não mais compactuar a mesma convicção, pelo simples fato de, por exemplo, minha serotonina estar diminuída. Compreendem onde quero chegar? Uma ideologia pode ser mudada não exclusivamente por argumentos, mas pode também ser modificada por um aspecto físico! Um simples e abjeto fator. Que ciência é essa, donde suas verdades são tão fortes quanto um pudim? Tudo depende da fragilidade de um órgão. Se minha saúde não estiver em condição considerada perfeita, significa que posso ter uma deficiência de algum neurotransmissor e isso me fazer mudar convicções do dia pra noite.

Observando bem, concluo que a filosofia sai do abstracionismo inatingível e entra no âmbito do concreto (Comunicação nervosa). Entra no âmbito do físico, do material, do objetivo, do estúpido. E se Platão, Sócrates, Descartes e todos os famigerados filósofos que habitaram na terra tivessem doses diferentes de neurotransmissores quando “filosofaram” para a história? Seus pensamentos seriam outros, talvez eles nem estivessem sendo citados nesse singelo texto. Em suma, a filosofia está no mesmo barco das demais ciências. O barco do exato e da objetividade. No barco daqueles que necessitam de algo concreto para sobreviver. Num reles barco qualquer.

Moisés Couto

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