A filosofia representa o suprassumo
da capacidade intelectual humana, porém isso vale apenas para aqueles que têm a
capacidade física para tal. Sim, é injusto que algumas pessoas possam adentrar
nas profundezas mais distantes do pensamento humano enquanto outras não
compartilhem do mesmo direito. Esses que não podem, por favor me entendam, me
refiro àqueles que não conseguem. Não conseguem por fatores puramente físicos,
deficiências. Os que não gozam de filosofia por preguiça ou comodismo não vêm
ao caso.
A nossa vã filosofia (me
permitam o plágio sheakespeareano) não
é acessível a todos e por causa disso não pode ser considerada como a principal
das ciências. Eis o que eu quero dizer: se um cidadão tem um nível de
serotonina baixo, ele pode entrar em um estado depressivo e ter uma linha de pensamento
totalmente diferente se caso ele estivesse com esse mesmo neurotransmissor em nível
considerado normal. Ou seja, a pessoa em questão pode não ter a capacidade de “filosofar”
porque o seu cérebro não permite tal ação. Só o condiciona a pensamentos
autodepreciativos, etc.
Ou por outra, vejamos outro
exemplo da debilidade da filosofia: se hoje ostento um determinado pensamento
sobre determinado aspecto, amanhã eu posso não mais compactuar a mesma
convicção, pelo simples fato de, por exemplo, minha serotonina estar diminuída.
Compreendem onde quero chegar? Uma ideologia pode ser mudada não exclusivamente
por argumentos, mas pode também ser modificada por um aspecto físico! Um
simples e abjeto fator. Que ciência é essa, donde suas verdades são tão fortes
quanto um pudim? Tudo depende da fragilidade de um órgão. Se minha saúde não estiver
em condição considerada perfeita, significa que posso ter uma deficiência de
algum neurotransmissor e isso me fazer mudar convicções do dia pra noite.
Observando bem, concluo que
a filosofia sai do abstracionismo inatingível e entra no âmbito do concreto (Comunicação
nervosa). Entra no âmbito do físico, do material, do objetivo, do estúpido. E se
Platão, Sócrates, Descartes e todos os famigerados filósofos que habitaram na
terra tivessem doses diferentes de neurotransmissores quando “filosofaram” para a história?
Seus pensamentos seriam outros, talvez eles nem estivessem sendo citados nesse
singelo texto. Em suma, a filosofia está no mesmo barco das demais ciências. O barco
do exato e da objetividade. No barco daqueles que necessitam de algo concreto
para sobreviver. Num reles barco qualquer.
Moisés Couto
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